Rodrigo Paz projeta reaproximação diplomática com Chile
Presidente boliviano minimiza diferenças ideológicas e aposta em pragmatismo político
O presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, sinalizou que pretende reaproximar diplomaticamente o país com o Chile.
“Estou ao seu dispor. Estou em diálogo com o presidente (Gabriel) Boric sobre a estratégia e a infraestrutura de comunicação. Além disso, como já declarei publicamente, precisamos mudar nossa relação com o Chile", afirmou Paz em evento público nesta terça, 18.
Paz destacou que o seu governo buscará modernizar a política externa e agir com rapidez para enfrentar os desafios internos.
"Precisamos alimentar nosso povo, e nosso povo precisa de governos ágeis, rápidos e flexíveis para mudar nossa história ", afirmou, reiterando que "isso não significa abandonar nossa luta incansável pelo acesso ao mar".
O presidente boliviano também minimizou as diferenças ideológicas.
“Nunca mais devemos carregar o peso de ideologias e ideologias políticas nas costas. O Estado não pertence a um partido, o Estado pertence a todos os bolivianos e deve servir ao povo boliviano, não à vontade de um líder, de um partido ou de uma ideologia política”.
Boric na posse
O presidente chileno, Gabriel Boric (foto), participou da cerimônia da posse de Paz em 8 de novembro.
O gesto representou a primeira vez em que um líder chileno comparece a uma posse na Bolívia.
Durante os governos de Evo Morales, as relações bilaterais estiveram distantes.
Guerra do Pacífico
O acesso soberano ao Oceano Pacífico segue sendo um ponto de tensão entre os países.
A Bolívia perdeu seu litoral em 1879, após a Guerra do Pacífico, que resultou na anexação da região de Antofagasta pelo Chile.
Em 2018, a CIJ negou um pedido de reconhecimento da Bolívia afirmando que o Chile não era obrigado a negociar uma saída.
Não há negociações em andamento entre os países sobre o tema.
Eleições no Chile
A reaproximação ocorre em meio ao segundo turno das eleições presidenciais no Chile.
O pleito está marcado para o dia 14 de dezembro, entre Jeannette Jara, do Partido Comunista, e José Antonio Kast, do Partido Republicano.
Pela pesquisa do Panel Ciudadano, Jeannette Jara, candidata do presidente Gabriel Boric, que teve 26,8% dos votos no primeiro turno, teria 39% no segundo turno — um aumento de doze pontos percentuais.
José Antonio Kast, que ficou em segundo lugar com 23,9% chegaria a 61% no segundo turno — um aumento de 37 pontos percentuais.
Essa enorme diferença ocorre porque eleitores dos outros candidatos de direita, como Evelyn Matthei e Johannes Kaiser, devem migrar para Kast.
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