Quem é o brasileiro reincidente no "iate das selfies"
Thiago Ávila já disse que o terrorista Hassan Nassrallah, do Hezbollah, "sempre lutou para libertar o mundo todo"

O brasileiro Thiago Ávila (foto), ex-candidato a deputado federal pelo Psol, embarcou em sua terceira viagem de barco rumo à Faixa de Gaza no domingo, 31 de agosto.
Essas flotilhas de barcos foram batizadas pelo governo israelense de "iates das selfies", uma vez que servem de palanque para ativistas se projetarem nas redes sociais e ganharem seguidores.
A sueca Greta Thunberg é a mais famosa entre os participantes.
Mas entre os outros ativistas há indivíduos que apoiam abertamente a teocracia iraniana e grupos terroristas. É o caso de Ávila.
Nassrallah
Ávila é próximo da ditadura do Irã, que treina e financia o grupo terrorista libanês Hezbollah.
Após a morte do líder do Hezbollah Hassan Nassrallah por um míssil israelense, Ávila voou para Beirute para participar do seu funeral, em fevereiro deste ano.
Durante a viagem, Ávila concedeu uma entrevista para o canal Al Mayadeen, do Hezbollah, em que exalta o "seyed" Nassrallah.
"Seyed" é um título religioso dado aos homens considerados como descendentes do profeta Maomé.
"Eu estou muito honrado de estar aqui no funeral de seyed Hassan [Nassrallah], uma das poucas pessoas que posso dizer que derrotou a entidade sionista [Israel], não uma vez, mas duas, em 2000 e 2006. Ele estará sempre na história da luta anticolonial e anti-imperialista. E nós vamos espalhar os bons valores do islamismo, da boa convivência entre as comunidades ao redor do mundo", disse Ávila, com um keffiyeh, lenço árabe, conhecido como "rede de peixe", que ganhou notoriedade por ser usado pelo palestino Yasser Arafat.
Em 2000, ocorreu a retirada de soldados israelenses do Líbano, após diversos embates com o Hezbollah.
Em 2006 deu-se a Guerra do Líbano, entre Israel e o Hezbollah.
"Eu tenho certeza que a mensagem e o legado de seyed Hassan [Nassrallah] nunca será esquecido. Então estou muito entusiasmado de estar aqui com milhões de pessoas que virão para este momento especial em que seyed Hassan [Nassrallah] deixará a vida para entrar para a história de todos, com todos os outros mártires e todas as pessoas que inspiraram a revolução humana, a libertação humana porque ele nunca lutou apenas pelo povo libanês. Ele sempre lutou para libertar o mundo todo", disse Ávila.
Atentados
O Hezbollah realizou dois atentados terroristas em Buenos Aires.
O primeiro ocorreu contra a Embaixada israelense, em 1992. A explosão de um carro-bomba matou 29 pessoas e feriu 240.
O segundo foi contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos.
Democracia iraniana
Ávila também tem falado em eventos pró-Palestina no Irã e no Brasil.
Em junho do ano passado, durante uma palestra em Teerã, ele definiu o regime iraniano com características democráticas.
"Este país, na última metade de século, alcançou um estágio muito importante, um experimento democrático de um governo do povo que teve a coragem de nacionalizar o petróleo e provocar a raiva dos Estados Unidos e das forças imperialistas no mundo", afirmou Ávila.
Nas redes sociais, Ávila já divulgou, orgulhoso, que recebeu uma homenagem da Embaixada do Irã no Brasil pelo seu "trabalho de comunicação e solidariedade com a causa palestina".
Além do Hezbollah, ele aparece frequentemente nas suas publicações ao lado de membros de organizações terroristas, como a Frente pela Libertação da Palestina (FPLP) e os Houthis do Iêmen.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)