Putin entregará Assad por bases militares na Síria?
Ahmed al-Sharaa teria pedido a extradição do ditador deposto como parte da "restauração" das relações diplomáticas

O presidente da Síria, Ahmed Al-Sharaa, visitou o ditador russo, Vladimir Putin, em Moscou nesta quarta, 15.
O encontro marcou a primeira reunião entre o novo líder sírio e um aliado histórico do antigo ditador Bashar Assad.
Sharaa, que liderava o grupo terrorista Hay’at Tahrir al-Sham (HTS) - responsável pela deposição do regime -, disse em "restaurar" as relações com a Rússia.
"Nós respeitamos todos os acordos prévios e essa bela história. Nós queremos tentar restaurar e redefinir um novo modo da natureza dessas relações, o que é a independência da Síria, a soberania da Síria e também nossa unidade territorial e integridade. Além da estabilidade de segurança, que está ligada à segurança internacional", disse o líder sírio, ao lado de Putin.
Troca de favores
Segundo a agência Reuters, o presidente sírio teria solicitado a extradição de Bashar Assad.
Em contrapartida, a Rússia manteria o controle de postos estratégicos na Síria.
Os principais são a base naval em Tartus e a base aérea em Hmeimim.
Desde a queda de Assad, houve a retirada parcial das forças russas.
Guerra civil
Putin foi um dos principais aliados de Bashar Assad durante a guerra civil síria
Moscou entrou diretamente no conflito a pedido do ditador, em 2015.
A Rússia enxergou uma possibilidade de ter um aliado estratégico no Oriente Médio.
Em troca, recebeu as bases militares no Mediterrâneo.
O apoio de Putin permitiu a vitória do regime sobre grupos jihadistas e recuperação de parte do controle do país.
No entanto, organismos internacionais acusaram a Rússia de atacar civis, até mesmo com o uso de armas químicas.
Fuga para a Rússia
Em dezembro, Assad fugiu para a Rússia com a família quatro dias antes do grupo terrorista Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) tomar o governo sírio.
Não houve qualquer apoio de Moscou ou do Irã para conter a deposição do regime.
Desde então, Putin trata de esconder a presença de Assad.
Nenhuma foto do ditador sírio e de sua família foram divulgadas.
A família Assad comprou 18 apartamentos de luxo em um dos principais arranha-céus de Moscou, o city of Capitals.
De acordo com uma reportagem do jornal Financial Times, de 2019, o valor foi de 40 milhões de dólares.
As compras foram feitas por meio de empresas libanesas offshore após o início da guerra civil, em 2011.
Os membros da família também transferiram milhões de dólares para bancos russos.
Leia mais: Na ONU, presidente sírio denuncia Assad e pede fim das sanções
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