Por que Caiado não vai para a CPI do Crime Organizado?
Sem ter sido convidado pelo senador Alessandro Vieira, restou ao governador de Goiás criticar Lula nas redes sociais
A criação da CPI do Crime Organizado pelo Senado tem um grande interessado: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (foto).
Caiado foi o primeiro político a anunciar sua pré-candidatura à Presidência e tem na segurança pública um de seus maiores trunfos como governador.
Em agosto, uma pesquisa Genial/Quaest apontou que 74% dos eleitores de Goiás avaliam de maneira positiva a atuação do governo estadual na área da segurança.
Apenas 8% a consideram como negativa. O saldo positivo é de 66 pontos percentuais. Nenhum dos outros estados que aparecem na pesquisa Genial/Quaest chega perto disso.
Caiado ainda tem batido de frente com a proposta do governo Lula na área da segurança pública e a CPI seria um espaço privilegiado para confrontar seu possível adversário nas eleições do ano que vem.
Mas o político não apareceu na lista dos convocados da comissão, divulgada pelo gabinete do senador Alessandro Vieira, seu relator.
Justificativa
Em seu requerimento, Alessandro Vieira justificou sua lista de convocados da seguinte maneira.
"A seleção dos estados acima listados não foi aleatória. Ela busca prover a esta CPI um panorama abrangente da segurança pública nacional, ouvindo tanto os gestores que enfrentam cenários de crise aguda quanto aqueles que implementam modelos de sucesso, bem como os que administram territórios logisticamente estratégicos para o crime", diz o documento.
Vieira selecionou os estados com os melhores e os piores índices de mortes violentas intencionais (MVI), segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em seu último anuário, o Fórum coloca São Paulo, Santa Catarina e o Distrito Federal como os estados com os menores índices de mortes violentas intencionais: 8,2 para cada 100 mil para São Paulo; 8,5/100 mil para Santa Catarina e 8,9/100 mil para o Distrito Federal.
Goiás registrou 1,8/100 mil. Ficou em nono lugar.
Os piores estados são Amapá (45,1/100 mil), Bahia (40,6/100 mil) e Ceará (37,5/100 mil). O primeiro é governado por Clécio Luís, do Solidariedade. Os outros dois têm governadores petistas: Jerônimo Rodrigues na Bahia e Elmano de Freitas.
"Lado do bem"
Ausentes das duas listas, de melhores e de piores práticas, Caiado ficou de fora da CPI do Crime Organizado.
Restou ao governador de Goiás usar as redes sociais para se meter no assunto.
Na noite da terça, 4, ele publicou um vídeo no Instagram, reagindo aos comentários do presidente Lula sobre a megaoperação Contenção, no Rio de Janeiro.
Lula disse: "Não tinha uma ordem de matança, e houve matança".
Caiado comentou: "Se você quiser ficar do lado do crime, fique do lado de Lula e de Maduro. Se você quiser ficar do lado do bem, fique conosco, aqueles que sabem combater a criminalidade, levar o estado ao crescimento e dar liberdade para as pessoas. Esse é o divisor de águas. A eleição está aí".
"Quem é que o Brasil deseja? Viver aquela situação comandada pelo narcotráfico ou viver com independência? É isso aí que será a referência para 2026", disse o governador e pré-candidato.
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