Outdoor em Belém desafia discurso catastrofista da COP30
"Uma das minhas conclusões caminhando pela COP30 é que, quanto mais importante é a pessoa, mais frio é o ar-condicionado", afirma Leandro Narloch, responsável pelo outdoor
O escritor e jornalista Leandro Narloch, autor do recém-lançado Guia Politicamente Incorreto do Meio Ambiente, instalou dois outdoors em Belém, capital do Pará, para questionar o discurso catastrofista da Conferência das Partes para o Clima da ONU, a COP30.
"Em 100 anos, as mortes causadas pelo clima caíram 96%", diz um dos outdoors.
A imagem mostra um gráfico do Centro de Pesquisa em Epidemiologia de Desastres (CRED).
De 500 mil mortes causadas pelo clima em 1925, a curva cai para menos de 50 mil.

Na COP30, políticos têm dito que é preciso tomar medidas urgentes e caras para impedir uma tragédia global.
O presidente Lula chegou até a afirmar que o PIB mundial poderia cair 30%.
"Segundo o Mapa do Caminho Baku-Belém, as perdas humanas e materiais serão drásticas. Mais de 250 mil pessoas poderão morrer a cada ano. O PIB global pode encolher até 30%. Por isso, a COP30 será a COP da verdade. É o momento de levar a sério os alertas da ciência", afirmou Lula.
Na contramão desse discurso alarmista, Narloch destaca em seu livro os ganhos que os combustíveis fósseis deram para a humanidade, elevando a produção de alimentos, permitindo o deslocamento de cargas e pessoas, melhorando as condições de vida.
"Os combustíveis fósseis destravaram o florescimento humano. Permitiram que mais pessoas sobrevivessem, estudassem, abrissem negócios, tivessem filhos saudáveis, escolhessem profissões e tivessem tempo e dinheiro para criar e inovar", escreveu Narloch no Guia Politicamente Incorreto do Meio Ambiente.
Justiça climática
Narloch também bate em alguns dogmas do ambientalismo, como o conceito de justiça climática.
A ideia de justiça climática é a de que os países em desenvolvimento deveriam receber dinheiro dos países industrializados, que se desenvolveram antes eliminando muitos gases de efeito estufa.
"É verdade que, como esse processo ocorreu antes e com muito mais velocidade em alguns países, a desigualdade mundial explodiu — mas porque antes todos os países eram miseráveis. No geral, o saldo dos combustíveis fósseis foi um mundo rico, urbano, conectado, dinâmico, rápido, produtivo, longevo, criativo. Um mundo muito mais interessante", escreve o autor.
No livro, Narloch também critica os ativistas que a todo tempo dizem que o mundo vai acabar por causa do aquecimento global.
Para o autor, é preciso desconfiar dos que praticam o discurso alarmista.
"Muitos ativistas, jornalistas, estudiosos e políticos sabem, ainda que de forma intuitiva, que é mais seguro para sua reputação errar sendo alarmista. Dizer que o mundo vai acabar em breve nunca arranha a imagem de ninguém; já afirmar que as coisas estão melhorando pode resultar num enorme custo social", afirma.
Ar-condicionado
Narloch foi a Belém para cobrir a COP30 como jornalista e está circulando pelas salas do evento.
"Uma das minhas conclusões caminhando pela COP30 é que, quanto mais importante é a pessoa, mais frio é o ar-condicionado", constatou ele.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)