O que Sidônio Palmeira fazia no telefonema entre Lula e Trump?
Presença de ministro que cuida da propaganda do governo Lula demonstra que presidente tomará decisões pensando na eleição de 2026

Sidônio Palmeira (foto) é o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, a Secom.
Sua função oficial é coordenar a comunicação do governo.
Sua função extraoficial é elevar a aprovação do presidente Lula, para aumentar a chance de reeleição do petista no ano que vem.
Uma nota oficial divulgada nesta segunda, 6, afirmou que Sidônio participou do telefonema entre o presidente Lula e o americano Donald Trump.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta segunda-feira, 6 de outubro, telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro", diz a mensagem.
"Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim", segue o texto.
Gaiato
Faz todo sentido a presença dos ministros Alckmin, Vieira e Haddad, pois eles cuidam de áreas diretamente impactadas pelo tarifaço de produtos brasileiros imposto por Trump, como a indústria, a diplomacia e a economia.
Celso Amorim, embora seja uma figura controversa, é o assessor da Presidência para assuntos internacionais e também tem todo o direito de participar da videoconferência.
Mas, e Sidônio?
O que o ministro de propaganda do governo Lula estava fazendo na reunião com o presidente americano, se ele não toma decisão em nenhuma das áreas afetadas?
A resposta é simples.
Qualquer decisão do governo Lula terá um cálculo eleitoral.
Nas últimas semanas, Lula teve um ganho de aprovação ao se confrontar com Trump.
Chegar a um acordo com Washington poderia retirar o impulso obtido por meio do patriotismo, expresso no slogan "Brasil soberano".
Ao mesmo tempo, se obtiver sucesso nas negociações, o presidente poderia escantear Jair Bolsonaro e seus filhos — o que enfraqueceria a retórica petista de luta contra as forças antidemocráticas e traidoras da pátria.
O governo petista, assim, se move com cuidado, calculando cada gesto pensando na eleição do ano que vem.
O que fica claro é que, antes de pensar no país, Lula pensa em si próprio.
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Comentários (1)
Andre Luis Dos Santos
2025-10-06 13:12:04Pra susrpresa de ninguém. Lula e seu ParTido de MERDA só pensam em si próprios e em se perpetuar no poder. Um ex-condenado, queridinho desse partido, de iniciais JD, já disse isso claramente.