O Hamas não tem compliance
Para terroristas de grupos fundamentalistas, o martírio é mais importante que obedecer aos seus líderes engravatados

O presidente americano Donald Trump, políticos israelenses e jornalistas do mundo todo estão batendo cabeça para tentar explicar por que alguns terroristas do Hamas atacaram soldados israelenses no domingo, 19.
Dois soldados israelenses morreram no ataque com fuzis e lançadores de granadas perto da cidade de Rafah, apesar de o cessar-fogo estar em vigor.
Trump deu a sua hipótese em conversa com jornalistas a bordo do avião presidencial: "Como vocês sabem, eles têm sido bastante turbulentos. Eles têm atirado bastante, e achamos que talvez a liderança não esteja envolvida nisso".
Para Trump, o ataque teria partido sem o conhecimento dos líderes do grupo, que continuam defendendo o cessar-fogo.
Outra explicação que surgiu é de que os terroristas que atacaram os soldados não teriam tomado conhecimento do cessar-fogo, pois estavam completamente isolados, sem comunicação com seus comandantes.
Mas essas especulações parecem querer ignorar a natureza fundamentalista religiosa do Hamas.
Martírio
O grupo terrorista não funciona como uma empresa, em que todos os funcionários precisam obedecer às ordens da diretoria, sob o risco de serem punidos posteriormente.
Não há no Hamas um departamento de compliance, com o objetivo de garantir o cumprimento das leis e das políticas internas corporativas.
Um grupo terrorista precisa ser analisado pelo que realmente é.
Para começar, entre os líderes do Hamas, não há apenas engravatados viajando para o Egito ou para o Catar e participando de reuniões em hotéis luxuosos.
Há também clérigos, que pregam o sacrifício pessoal e a destruição de Israel.
Esses religiosos não mudaram seus discursos só porque um acordo de paz foi firmado em Sharm el-Sheikh.
O que esses religiosos sempre ensinaram para os seus fiéis é que, tendo uma arma nas mãos e vendo um israelense por perto, eles não podem perder a oportunidade.
Mais do que cumprir com um acordo diplomático, o que eles querem é a salvação pessoal, a qual pode ser alcançada pelo martírio.
Quando, há algunos anos, veículos de imprensa internacional diziam que o Hamas estava coibindo o disparo de foguetes contra Israel, clérigos dentro da Faixa de Gaza insistiam que os lançamentos de foguetes deveriam continuar.
O fim último de um grupo terrorista religioso como o Hamas é a morte de inocentes. Isso não mudou.
Não há bronca de chefe ou acordo diplomático que possa alterar a mente desses fiéis.
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Comentários (1)
Rosa
2025-10-20 13:31:55Para nós, ocidentais, é difícil entender isso.... mas, agora, pelo menos eu, já entendi.