O Brasil está mal de patriotas dos dois lados
Lulistas e bolsonaristas distorcem os significados na principal data histórica do país

O 7 de Setembro marca a Independência do Brasil de Portugal, que aconteceu em 1822.
É a data mais importante para a história do país.
Mas não se viu nada de história neste 7 de Setembro, nem de patriotismo.
O que aconteceu é que lulistas e bolsonaristas vestiram a camiseta da Seleção e foram para as ruas com o objetivo de fazer manifestações mais numerosas que as de seus adversários políticos.
Se fosse só isso, nem seria tão mal.
O problema maior é que lulistas e bolsonaristas ainda distorceram os símbolos pátrios, errando conceitos e criando novos significados.
Brasil Soberano
Do lado petista, teve desfile do mascote da COP30, o Curupira, em Brasília (foto), em Brasília.
Quem também desfilou foi o personagem Zé Gotinha, conhecido pelas campanhas de vacinação, mas que é usado pelo governo Lula principalmente para se contrapor às trapalhadas do governo de Jair Bolsonaro na época da pandemia de Covid.
Nos eventos comandados pela esquerda no Centro de São Paulo, teve gente levando bandeiras da Palestina.
"Fora EUA/Israel da Palestina", dizia uma das faixas. "Lula, rompa relações com Israel."
Anistia
Nas manifestações bolsonaristas, os temas principais foram os pedidos de anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro e os agradecimentos ao governo de Donald Trump por decretar a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes e impor um tarifaço.
Uma enorme bandeira dos Estados Unidos foi carregada em frente ao prédio do Museu de Arte de São Paulo.
Mas os Estados Unidos negaram-se a ajudar os brasileiros a obter a independência de Portugal.
Em 1786, Thomas Jefferson, que era embaixador em Paris, recebeu a visita de um estudante brasileiro, Maia e Barbalho, pedindo ajuda.
Jefferson negou-se a tomar qualquer iniciativa porque os Estados Unidos, que tinham acabado de conseguir a própria independência, preferiam manter boas relações com Portugal e com a Europa.
Textos constitucionais americanos impressos pelo pai fundador Benjamin Franklin inspiraram os inconfidentes mineiros, mas eles foram facilmente debelados pelo governo português.
Criatividade patriota
Tanta liberdade assim na recriação da principal data da pátria só tem uma explicação: a ignorância que o brasileiro tem do seu passado.
Se o passado nem sequer existe, então qualquer um pode ser patriota. Basta sair às ruas com a camiseta da Seleção.
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