Maduro celebra Natal antecipado com fogos em centro de tortura
Segundo a ONG Foro Penal, 838 presos políticos são mantidos pelo regime chavista na Venezuela

Para celebrar o Natal antecipado pelo ditador Nicolás Maduro, o regime venezuelano promoveu na quarta-feira, 1º de outubro, uma queima de fogos de artifício no Helicoide, complexo de prédios do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) usado para a detenção e tortura de presos políticos em Caracas.
Circulam nas redes sociais fotos e vídeos do momento em que o prédio, que abriga dezenas de presos políticos, foi iluminado.
"Uma lamentável exibição de fogos de artifício no Helicoide, o mesmo lugar onde venezuelanos inocentes são injustamente presos por suas crenças diferentes. Que bárbaro, que desumano!
Esta é mais uma zombaria das famílias que sofrem dia após dia, um insulto aos presos políticos e a todos os venezuelanos e uma demonstração de absoluto cinismo. Assim como a alegria do Natal não pode ser alcançada por decreto, a paz de um país não pode ser construída com dor e constantes violações dos direitos humanos.
CHEGA! Liberdade para TODOS os presos políticos!", escreveu o opositor Henrique Capriles.
Lamentable show de fuegos artificiales desde el Helicoide, el mismo lugar donde hay venezolanos INOCENTES injustamente encarcelados por pensar distinto. ¡Qué bárbaros, qué inhumanos!
Esto es una nueva burla a las familias que sufren día tras día, un insulto a los presos… pic.twitter.com/iSQl1BoY0Z
— Henrique Capriles R. (@hcapriles) October 2, 2025
O último balanço realizado pela ONG Foro Penal aponta para a existência de 838 presos políticos na Venezuela, sendo 735 homens e 103 mulheres.
Entre os presos, há quatro adolescentes.
Segundo a ONG, 682 presos políticos não foram condenados e 44 têm o paradeiro desconhecido.
Ao menos 94 são estrangeiros.
Repressão "sem precedentes"
A Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos da ONU concluiu, em relatório divulgado em 17 de setembro de 2024, que a ditadura de Nicolás Maduro adotou uma repressão "sem precedentes" na Venezuela, mergulhando o país em uma grave crise de direitos humanos.
As violações e crimes documentados, que incluem perseguição por motivação política, não são "atos isolados ou aleatórios", diz o relatório. Elas são "parte de um plano contínuo e coordenado para silenciar, desencorajar e reprimir a oposição" venezuelana.
“Estamos testemunhando a intensificação do aparato repressivo do Estado em resposta ao que ele considera crítica, oposição ou dissidência”, disse a presidente da missão, Marta Valiñas. “Embora esta seja uma continuação de padrões anteriores que a missão já caracterizou, como crimes contra a humanidade, a recente repressão, pela sua intensidade e natureza sistemática, representa um ataque gravíssimo aos direitos fundamentais do povo venezuelano, cometido apesar dos múltiplos apelos dentro e fora do país ao respeito pelos direitos humanos”.
Segundo o relatório, foi alcançado um novo marco na deterioração do Estado de direito após as eleições fraudadas de 28 de julho.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
2025-10-02 08:52:35Não vejo a hora em que Maduro sofra as mesmas barbáries que ele promove com os presos. Esse desejo é extensivo para seus militares. Eles precisam pagar por todo mal que fazem ao povo venezuelano. E dar exemplo para o camarada LULE, que está em busca da venezuelização do Brasil.