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    Lula pode mesmo peitar o dólar?

    A tal moeda comum dos emergentes, como defende Lula, pode mesmo sair do papel? Por que Trump se incomoda tanto com a ideia?

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    José Inácio Pilar
    5 minutos de leitura 22.07.2025 09:13 comentários 1
    Ricardo Stuckert Presidência da República
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    Uma das causas listadas por analistas e críticos ao governo Lula para justificar o tarifaço de Donald Trump, além das questões políticas relacionadas ao clã Bolsonaro, seria a iniciativa dos Brics de estabelecer uma moeda alternativa ao dólar para o comércio internacional, ao menos entre os países do grupo. E dentre os países do grupo, o Brasil, na figura de Lula, seria especialmente vocal na defesa da ideia.

    Mas essa ideia é mesmo viável? Os Estados Unidos tem razão em levar a sério essa ameaça e reagir - de forma acertada ou não, como no caso das tarifas de 50% ao Brasil? Lula cutucou o leão com a vara curta, ao falar abertamente sobre essa ideia, iniciativa que sequer seus pares mais poderosos China e Rússia falam de forma tão assumida.

    A ideia de uma moeda dos BRICS

    A proposta de uma moeda comum ou alternativa ao dólar entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora também com Irã, Emirados Árabes, Egito e Etiópia) não é nova. Em 2023, o ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, chegou a propor um sistema de compensação entre os países do bloco usando moedas locais.

    Lula foi ainda mais direto: “Eu não sou obrigado a comprar dólar para fazer relação comercial com a Venezuela, com a Bolívia, com o Chile, com a Suécia, com a União Europeia, com a China (...) Por que eu sou obrigado a ficar lastreado pelo dólar, que eu não controlo?”.

    Segundo o economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel, há espaço no sistema internacional para outras moedas ganharem relevância, mas substituir o dólar exigiria décadas de complexas reformas institucionais e muita confiança internacional — algo que os BRICS ainda não oferecem.

    O Fundo Monetário Internacional (FMI) também aponta que, em 2024, cerca de 59% das reservas internacionais globais continuam em dólares, algo que não deve mudar no curto prazo.

    A reação americana: exagero ou precaução?

    A resposta americana às declarações de Lula, como os 50% de tarifas sobre produtos brasileiros, tem sido vista por alguns analistas como uma forma de “recalibrar” a posição do Brasil, sobretudo diante de sua aproximação com potências rivais dos EUA, como China, Rússia e mais recentemente, Irã.

    Vale lembrar que o grupo expandido do Brics é responsável por cerca de 25% do comércio internacional. Mundialmente, só a China é responsável por 15%. Para se ter uma ideia, a União Europeia, como bloco, responde por cerca de outros 15% e os Estados Unidos respondem por cerca de 9% das exportações mundiais. O Brasil é responsável por aproximadamente 1,3%.

    Ainda que a retaliação seja questionável em termos de legalidade na OMC, ela revela a sensibilidade do governo Trump com qualquer ameaça, mesmo retórica, à supremacia do dólar e com ela sua hegemonia econômica e geopolítica, que sustenta a influência mundial americana.

    Para Trump, manter o dólar como moeda dominante é uma questão de soberania e poder econômico. Uma perda do status de moeda mundial poderia desvalorizar o dólar, aumentar a inflação nos EUA e elevar os custos de importação e eles sabem disso.

    Vale lembrar que nem mesmo a China e a Rússia, países com projetos e bases geopolíticas mais firmes, têm adotado uma postura tão estridente quanto a de Lula nesse tema. Em geral, optam por ações discretas de desdolarização no comércio bilateral, sem propor abertamente a substituição do dólar no comércio global.

    Não há registros de Vladimir Putin e Xi Jinping dando entrevistas pregando abertamente a iniciativa, preferindo agir mais discretamente no emprego das suas próprias moedas nacionais em transações com outros países, como recentemente entre China e Argentina.

    Viabilidade da proposta

    Na prática, a criação de uma moeda única dos Brics enfrenta obstáculos imensos: desconfiança entre os países (como entre China e Índia), falta de um banco central comum, instabilidade política e econômica nos membros e a dominância estrutural do dólar nos mercados financeiros. Segundo relatório do BIS (Bank for International Settlements), 88% de todas as transações de câmbio envolvem o dólar.

    Além disso, o sistema financeiro internacional, incluindo bancos, bolsas e sistemas de pagamento como o SWIFT, é amplamente baseado na moeda americana. Criar uma infraestrutura alternativa (como o sistema CIPS da China) é caro, complexo, demorado e enfrenta resistência de países e empresas habituados ao dólar.

    Some a isso o fato de países como China, Rússia e Irã terem sistemas políticos que geram desconfiança em muitos parceiros comerciais, que temem controles governamentais sobre a moeda.

    Portanto, Lula não conseguiria peitar o dólar e ele sabe disso. A ideia de uma moeda comum alternativa dos Brics tem mais valor simbólico de provocação do que prático, pois ir diretamente contra o dólar não é algo exequível e sequer parece ser um objetivo comum de todos os países do grupo.

    E se o presidente brasileiro acredita que cutucar o “leão” americano com vara curta com essa ideia parece uma estratégia interessante para dar alguma visibilidade a sua alquebrada imagem de líder regional, as consequências comerciais e diplomáticas práticas dessa bravata podem custar muito caro para o Brasil e para sua própria popularidade antes do que imagina.

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    José Inácio Pilar

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    Comentários (1)

    mario de faria gomes

    2025-07-22 11:18:38

    Análise correta e objetiva. Só não sei se o anão diplomático consegue entender que vai fazer o Brasil sangrar economicamente.


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    Comentários (1)

    mario de faria gomes

    2025-07-22 11:18:38

    Análise correta e objetiva. Só não sei se o anão diplomático consegue entender que vai fazer o Brasil sangrar economicamente.



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