Lula está em busca de álibi para pular fora em 2026?
Para o estrategista eleitoral Roberto Reis, o presidente não quer encerrar sua trajetória apanhando nas urnas

Em evento do PT no final de semana, o presidente Lula (foto) afirmou que "para ser candidato tenho que ser muito honesto comigo. Preciso estar 100% de saúde. Para eu me candidatar e acontecer o que aconteceu com Biden, jamais. Jamais eu irei enganar o partido e o povo brasileiro".
A frase foi vista como uma tentativa de buscar um álibi para não ter de concorrer em 2026.
Crusoé conversou com o estrategista eleitoral e colunista da revista Roberto Reis, que tem apostado em um cenário sem Lula no ano que vem.
Lula está buscando um álibi para não concorrer em 2026?
Sim. E quem acompanha com atenção já percebeu que, desde 2024, quando ele falhou nos 18 primeiros meses, o chamado “período do namoro”, Lula não entregou o básico: não pacificou o país, não reorganizou a economia, não construiu maioria sólida no Congresso.
E aí já era, não manteve o eleitor do centro.
Lula não quer encerrar sua trajetória apanhando nas urnas. Quer sair como “mito da esquerda”, não como ex-candidato derrotado.
Está procurando um álibi “nobre” sim, algo que soe como decisão pessoal, não como fuga estratégica. O discurso já está esboçado: “é hora de renovação”, “vou cuidar da saúde”, “quero mais tempo com Janja”.
Mas por trás, o cálculo: a rejeição é alta e crescente, a economia não empolga, o Centrão travou o Parlamento, a oposição vai vir pesada, e Trump já deixou claro que vai jogar duro no balcão geopolítico.
O risco de derrota existe. Mas o risco de vitória é pior ainda: um novo mandato isolado, fraco, com risco fiscal, impasse político e possibilidade real de impeachment.
Lula já tem sua trilogia simbólica montada: tirou o Brasil do Mapa da Fome, projetou o país no mundo, salvou a democracia.
Falta um quarto filme à altura? Não tem. Ele sabe disso. E por isso já prepara a saída.
Outro nome da esquerda conseguiria ocupar o lugar de Lula?
Ocupar, talvez. Sustentar, improvável.
Fernando Haddad é o nome mais óbvio, mas acumula derrotas (para João Doria, para Jair Bolsonaro, para Tarcísio de Freitas) e perde tração como ministro.
Camilo Santana é o plano B: técnico, moderado, capilarizado.
Geraldo Alckmin? Articula bem, tem cara de centro, mas não tem voto.
Mas isso não é mais problema do Lula, que segundo ele, fez sua parte.
Lula já pensa na aposentadoria?
Sim. Vai virar personagem global: ONU, Vaticano, Davos.
Cachezinhos em dólar, que ele tanto critica, tapete vermelho, zero CPI, zero pesquisas.
O fim ideal para a vaidade dele e principalmente, da Janja.
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Comentários (3)
Eliane ☆
2025-08-06 14:15:23Espero que essa análise esteja correta, se concretize.Temos a família Bolsonaro...ainda.
Amaury G Feitosa
2025-08-06 12:30:03Lula e Bolsonaro dividiram a nação e deles nada mais se pode esperar e ambos poderiam ser candidatos ao Senado e aí sim de formas diferentes contribuírem com o país e sua pacificação, mas esperar dignidade e coerência dos dois é perda de tempo.
MARCOS
2025-08-06 12:04:27DEUS TE OUÇA. MESMO COM TODO O PREJUÍZO CAUSADO (E QUE AINDA VAI CAUSAR) AO PAÍS, ESSA DESGRAÇA JÁ VAI TARDE.