"Lava Jato no Peru dá uma lição ao STF brasileiro"
Moro celebra condenação do ex-presidente peruano Alejandro Toledo a 13 anos e quatro meses de prisão por receber propina da Odebrecht

O senador Sergio Moro (União-PR) celebrou nesta quinta-feira, 4, a condenação do ex-presidente peruano Alejandro Toledo a 13 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro, por receber propina da Odebrecht. A investigação peruana é decorrência da Operação Lava Jato brasileira.
"A Lava Jato no Peru segue seu curso normal e dá uma lição ao STF brasileiro de que a corrupção pode ser enfrentada se houver vontade", disse em seu perfil no X o senador, que se notabilizou nacionalmente como juiz da Lava Jato antes de deixar a magistratura para virar ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e, posteriormente, se eleger senador pelo Paraná.
Essa é a segunda condenação de Toledo no caso Odebrecht. Ele já tinha pegado 20 anos e seis meses de prisão em outubro de 2024 por recebimento de propina —as penas das duas condenações não se somam, são cumpridas concomitantemente.
Lava Jato no Peru
A reverberação da Operação Lava Jato no Peru levou à prisão de outros três ex-presidentes além de Toledo, e Pedro Pablo Kuczynski, outro ex-presidente, também está em julgamento pelo esquema com a Odebrecht.
Ollanta Humala foi condenado junto com a ex-primeira dama Nadine Heredia, e o governo Lula concedeu asilo diplomático para ela, o que evitou o cumprimento de sua pena de prisão.
Ao se explicar sobre a concessão do asilo em audiência no Senado, o chanceler Mauro Vieira disse que o benefício foi “concebido em bases humanitárias”, pois a ex-primeira-dama do Peru “foi submetida a cirurgia importante e grave recentemente, relacionada à coluna cervical, e está em recuperação”.
Impunidade
A impunidade da ex-primeira-dama está em consonância com a forma como o Supremo Tribunal Federal (STF) vem tratando as decisões da Lava Jato desde a anulação das condenações de Lula, em 2021. Não sobrou quase nada da maior operação de combate à corrupção da história do Brasil.
A Segunda Turma do STF confirmou em 29 de agosto a decisão do ministro Dias Toffoli que anulou todos os atos da Operação Lava Jato contra o ex-ministro Paulo Bernardo, um dos últimos beneficiados pelo desmonte da operação.
Dias antes, Toffoli anulou todos os atos da Lava Jato contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.e do doleiro Alberto Youssef. O ex-ministro Antonio Palocci também foi beneficiado, assim como o empreiteiro Léo Pinheiro, que foi delator de Lula, para mencionar apenas alguns nomes.
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