"La Fin des Juifs de France?" Livro expõe a onda de antissemitismo na França
O livro, escrito pelos autores Dov Maïmon e Didier Long, aponta que cerca de 150 mil judeus estão ameaçados, especialmente em áreas socialmente vulneráveis

A recente crítica do embaixador dos Estados Unidos na França, Charles Kushner, à suposta inação do governo francês no combate ao antissemitismo provocou reações adversas. No entanto, como evidenciado por eventos recentes e um novo livro, essa preocupação se mostra justificada.
As estatísticas fornecidas pelo Ministério do Interior francês revelam um aumento alarmante no número de incidentes antissemitas — saltando de cerca de 500 por ano para 1.676 em 2023.
Atos de violência têm se tornado cada vez mais frequentes e variados, incluindo tentativas de incêndio em sinagogas e agressões físicas a membros da comunidade judaica. Em um exemplo recente, um homem armado com um coquetel molotov tentou incendiar uma sinagoga em Rouen.
Quando uma jovem de apenas 12 anos foi submetida a uma série de abusos em uma antiga instalação industrial por seu ex-namorado, que havia se convertido ao Islã e se sentiu ofendido por ela ocultar sua identidade judaica, o caso, que ocorreu em Courbevoie, em junho de 2024, chocou a França, mas a indignação rapidamente diminuiu.
Embora manifestações contra o antissemitismo tenham ocorrido e o presidente Emmanuel Macron tenha pedido discussões sobre o tema nas escolas, o incidente reflete a crescente ameaça à comunidade judaica na França.
A administração Macron afirmou que está tomando medidas para proteger os judeus do país. No entanto, quando confrontada com críticas sobre sua eficácia, a resposta tem sido defensiva.
Com o clima de insegurança crescente, muitos judeus na França estão considerando deixar o país.
O Fim dos Judeus na França?
O livro "La Fin des Juifs de France?" (O Fim dos Judeus na França?), escrito pelos autores Dov Maïmon e Didier Long, aponta que cerca de 150 mil judeus estão ameaçados, especialmente em áreas socialmente vulneráveis.
Os autores ressaltam que entre 80 mil e 100 mil judeus já deixaram a França desde 2000, principalmente rumo a Israel, Canadá e Portugal. O aumento das solicitações de asilo foi significativo após os eventos de 7 de outubro.
Em Toulouse, uma cidade conhecida por sua população judaica considerável, a comunidade reduziu pela metade desde 2010 devido à insegurança. Pesquisas indicam que um em cada quatro judeus franceses já enfrentou ataques físicos.
A violência contra os judeus na França não é um fenômeno novo; sua origem remonta aos anos 1990 e está intimamente ligada à presença de imigrantes mal integrados que frequentemente trazem preconceitos antissemitas consigo.
Desde então, a situação se agravou com a chegada contínua de novos imigrantes e o crescimento do islamismo radical.
Os autores argumentam que o futuro dos judeus na França está ameaçado não apenas pela violência direta, mas também pela polarização política que os coloca entre extremos ideológicos — tanto da direita nacionalista quanto da esquerda radical islamista.
As tensões políticas estão crescendo à medida que partidos como o Rassemblement National (RN) de Marine Le Pen buscam capitalizar sobre essas divisões.
Enquanto Le Pen adota uma postura aparentemente favorável aos judeus para melhorar a imagem do partido, muitos temem que isso não represente uma mudança real nas atitudes enraizadas dentro da extrema direita francesa.
Por outro lado, representantes da esquerda radical como Jean-Luc Mélenchon também utilizam os judeus como alvos políticos convenientes em sua luta pelo apoio nas comunidades muçulmanas. Essa dinâmica política coloca os judeus em uma posição vulnerável.
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