Europa indefesa humilha-se diante dos EUA, de novo
Incapacidade das velhas potências de se defender já rendeu duas guerras mundiais e, agora, uma foto vergonhosa na Casa Branca

A Casa Branca divulgou uma imagem constrangedora nas redes sociais nesta terça, 19.
Ao redor da mesa do presidente americano, Donald Trump, estão os principais líderes europeus (foto): a italiana Giorgia Meloni, os alemães Ursula von der Leyen e Friedrich Merz, o francês Emmanuel Macron, o finlandês Alexander Stubb, o ucraniano Volodymyr Zelensky e o holandês Mark Rutte (o britânico Keir Starmer não aparece na foto, mas estava ao lado de Meloni).
Todos estão de boca fechada, prestando atenção no ocupante da cadeira do Salão Oval, que aparece falando em outra foto, divulgada na mesma publicação (abaixo).
A frase que se lê em uma faixa, colocada entre as duas fotos, é: "Paz por meio da força".

A amarga lição que pode ser tirada é que a Europa — o berço das ideias ocidentais sobre liberdade e direitos humanos — continua incapaz de se defender sozinha quando um ditador autoritário avança sobre os seus territórios.
Duas guerras, nenhum aprendizado
A Europa não soube se defender quando o Império Alemão, que tinha se preparado por décadas, declarou guerra à Rússia e à França, em 1914.
Na época, o presidente americano Woodrow Wilson preferia a neutralidade, mas teve de intervir quando 128 americanos foram mortos após o afundamento de um navio britânico.
Também pesou o fato de que os americanos queriam que os europeus honrassem as dívidas contraídas com bancos dos EUA.
Em 1941, o presidente Franklin Roosevelt tentou evitar o envolvimento direto dos EUA na Segunda Guerra Mundial, mas não teve escolha depois que o Império Japonês bombardeou Pearl Harbor.
Por duas vezes, os americanos tentaram ficar longe da confusão, mas foram obrigados a entrar na guerra a contragosto.
Por duas vezes, a Europa foi salva pelos Estados Unidos.
“Na gênese, os EUA são uma nação avessa a confrontos que envolvam europeus. A doutrina de George Washington, o primeiro presidente, pregava isolacionismo para preservar a soberania de uma jovem nação. A doutrina de James Monroe enxergava o mundo pelos olhos de zonas de influência, com a América para os americanos, e a Europa com sua influência colonial na África. Nas duas guerras mundiais, o país só entrou diretamente nos conflitos quando provocado. Até mesmo a entrada dos Estados Unidos na Otan, no final dos anos 1940, enfrentou resistência em um Senado mais isolacionista e precisou de um costura habilidosa por parte do governo de Harry Truman para se efetivar”, diz Lucas de Souza Martins, pesquisador da Temple University, na Pensilvânia.
Padrão que se repete
A reunião entre Trump, Zelensky e líderes europeus mostra que as lições do passado não foram aprendidas.
"A Europa trabalhou tanto para conseguir se unificar, depois de tantas guerras entre os países, que eles perderam a mão para lidar com os outros", diz o cientista político Bruno Soller, da Real Time Big Data.
"Ainda que os europeus não tenham uma estratégia militar conjunta para combater a Rússia, pelo menos desta vez eles estão unificados do ponto de vista do discurso político. Acho que isso já é um avanço", diz Soller.
"Mas os Estados Unidos continuam sendo a grande potência militar global, e por isso são fundamentais neste processo de paz."
Assista ao Meio-Dia em Brasília:
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)