EUA acusam CIJ de politizar decisão sobre a UNRWA em Gaza
Departamento de Estado afirma que "parecer consultivo" favorece o Hamas

O governo Trump reagiu ao parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça, vinculada à ONU, de que Israel deve permitir que a Agência para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) forneça assistência humanitária à Faixa de Gaza.
No X, o Departamento de Estado dos EUA acusou o tribunal de ser uma ferramenta "político-partidária".
"Mais uma decisão corrupta da CIJ. Enquanto o Presidente Trump e o Secretário Rubio trabalham incansavelmente para trazer a paz à região, este suposto "tribunal" emite um "parecer consultivo" descaradamente politizado e não vinculativo, que ataca injustamente Israel e dá à UNRWA carta branca para seu profundo envolvimento e apoio material ao terrorismo do Hamas. O abuso contínuo da discricionariedade da CIJ em emitir pareceres consultivos sugere que este nada mais é do que uma ferramenta político-partidária, que pode ser usada contra os americanos."
A corte foi provocada no ano passado, após Israel aprovar leis que proibiam a atuação da agência, sob a alegação de conexão com o grupo terrorista Hamas.
Na decisão, o tribunal considerou que as alegações de vínculo com o terrorismo eram infundadas.
"Israel tem a obrigação de concordar e facilitar os programas de ajuda fornecidos pelas Nações Unidas e suas entidades, incluindo a UNRWA", afirmou o presente da CIJ, Yuji Iwasawa.
Israel reage
Israel, porém, rejeitou a opinião da CIJ, argumentando estar cumprindo o direito internacional.
O país classificou as decisões do tribunal como politicamente motivadas.
As decisões são consultivas e não vinculantes, o que significa que não possui mecanismo direto de execução forçada.
Desde março, as autoridades israelenses não permitem que a UNRWA forneça suprimentos à Gaza.
No entanto, a agência continua operando em Gaza, administrando centros de saúde, médicos e serviços essenciais.
Conexão da UNRWA com o terror
O massacre de 7 de outubro de 2023 reacendeu as antigas críticas israelenses à complacência da agência da ONU com o Hamas, em razão do uso de suas escolas em Gaza para incitação ao ódio contra Israel e judeus, e para esconder armas do grupo.
O jornal americano Wall Street Journal publicou, em 29 de janeiro de 2024, uma reportagem baseada em um relatório de inteligência israelense afirmando que cerca de 10% dos funcionários da UNRWA têm conexões com terroristas do Hamas ou da Jihad Islâmica.
Considerando que a UNRWA tem 12 mil funcionários na Faixa de Gaza, pode-se concluir que 1.200 empregados da agência têm alguma relação com o terror.
Quando se consideram apenas os funcionários homens, a porcentagem de pessoas com alguma conexão com o terrorismo é ainda maior: 23%.
Uma investigação realizada pela ONG UN Watch aponta que funcionários da agência se encontravam regularmente com líderes terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina.
Segundo o relatório, ao empregar terroristas, a UNRWA permitiu que os grupos interferissem nas principais políticas e operações da agência em Gaza e no Líbano.
O documento inclui imagens de líderes terroristas com oficiais da UNRWA, incluindo com o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini.
Leia mais: ONU fala em "possível" envolvimento de funcionários no 7 de outubro
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