Donald Trump está censurando late-night shows?
A popularidade das late-night shows nos Estados Unidos enfrenta um novo desafio, com a suspensão indefinida do programa "Jimmy Kimmel Live!" pelo canal ABC

A popularidade das late-night shows nos Estados Unidos enfrenta um novo desafio, com a suspensão indefinida do programa "Jimmy Kimmel Live!" pelo canal ABC.
A decisão, que vem após mais de duas décadas de exibições regulares, é resultado de uma polêmica gerada por comentários feitos por Kimmel em um episódio recente.
Na última segunda-feira, 15 de setembro, o apresentador satirizou a morte de Charlie Kirk, líder da organização conservadora Turning Point USA e sugeriu que o autor do crime pertencia ao mesmo espectro político de Kirk.
Além disso, Kimmel fez referência a uma declaração do ex-presidente Donald Trump sobre o atentado, enfatizando a desconexão entre o evento trágico e a resposta de Trump. Essa abordagem gerou críticas e levou à pressão da administração Trump sobre a emissora.
Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC) e aliado próximo de Trump, deixou claro que a FCC poderia investigar a emissora, insinuando possíveis penalidades se ações não fossem tomadas. Diante dessa pressão, ABC optou pela suspensão do programa como forma de evitar conflitos maiores.
Não é a primeira vez que uma late-night show enfrenta dificuldades durante o governo Trump. Recentemente, CBS anunciou o encerramento de "The Late Show with Stephen Colbert", citando razões financeiras, mas muitos analistas acreditam que essa decisão esteja ligada ao desejo da empresa de manter boas relações com o governo em meio a uma fusão planejada.
As late-night shows ocupam um espaço significativo na cultura americana, proporcionando entretenimento e críticas sociais por meio de humor.
A estrutura típica desses programas inclui esquetes cômicos, entrevistas com celebridades e comentários sobre eventos atuais, seguindo o legado deixado por ícones como David Letterman, que influenciou gerações de comediantes, incluindo Kimmel.
Jimmy Kimmel
Desde sua estreia em 2003, Kimmel passou por uma evolução significativa. Inicialmente conhecido por suas piadas leves e interações cômicas com celebridades, seu tom se tornou mais sério ao longo dos anos.
A vitória de Trump nas eleições presidenciais trouxe à tona questões sociais e políticas que Kimmel começou a abordar em seu programa.
Um momento marcante ocorreu em 2017 quando ele compartilhou com seu público que seu filho havia passado por uma cirurgia cardíaca. Emocionado, Kimmel defendeu o Obamacare e criticou as políticas de saúde nos Estados Unidos.
Da mesma forma, após um tiroteio em Las Vegas que resultou na morte de 58 pessoas, ele clamou por legislações mais rigorosas sobre armas, refletindo um posicionamento mais engajado politicamente.
Em entrevista ao "Rolling Stone" no início deste ano, Kimmel expressou sua preocupação em equilibrar seu papel como comediante e comentarista social.
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