Crusoé nº 384: Bolsonaro condenado
Conclusão do julgamento no STF abre novas disputas políticas. E mais: Caça aos culpados e Crime cada vez mais organizado

Após sessões marcadas por indiretas entre ministros, recados ao Congresso, referências à ditadura militar e ao julgamento do mensalão, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou na quinta, 11, pela primeira vez em sua história, um ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, por golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Não só ele, como outras sete pessoas: os ex-ministros general Walter Braga Neto (Casa Civil e Defesa); general Augusto Heleno (GSI); Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa); Anderson Torres (Justiça); o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Todos foram condenados por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta ao Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. A exceção ficou por conta de Alexandre Ramagem, beneficiado por uma decisão da Câmara
Dos cinco integrantes da Primeira Turma, quatro seguiram esse entendimento: o relator Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Apenas um teve entendimento contrário: Luiz Fux.
Embora tenha sido voto vencido, ele abriu margem para uma eventual anulação processual futura da ação penal de Jair Bolsonaro, dizem José Inácio Pilar e Wilson Lima em "Bolsonaro condenado", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Em "Caça aos culpados", Guilherme Resck mostra que os depoimentos prestados até agora à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, do Congresso, apontam que houve conivência do Instituto Nacional do Seguro Social com a realização dos descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
Na matéria "Crime cada vez mais organizado", Rodolfo Borges conta como as facções criminosas sofisticam as formas de lavar dinheiro ilícito, e seguem elegendo políticos Brasil afora.
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Nesta edição, escrevem Alexandre Borges (A fatura chegou), Márcio Coimbra (Hora de incluir Taiwan na ONU), Roberto Ellery (Por que o dólar caiu, e o que isso nos ensina), Gustavo Nogy (Às vezes, a crítica também é literatura), Dennys Xavier (O Brasil precisa abandonar a esperança) e Rodolfo Borges (Derrota no Kilimanjaro).
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