Crusoé nº 379: Bolsonaro preso, e agora?
Decisão de Alexandre de Moraes detona reação inédita no STF e na oposição. E mais: socorro a alvos do tarifaço e fome persistente

Quando Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, adversários do ex-presidente da República imaginavam que esse movimento seria suficiente para apaziguar os ânimos e que, finalmente, reestabelecer algum nível de normalidade entre os Três Poderes.
Mas, como bem ensinou o filósofo romano Sêneca, na obra Sobre a Brevidade da Vida, “o maior obstáculo à vida é a expectativa”.
A expectativa de uma paz momentânea na República não se confirmou e aconteceu justamente o contrário: a prisão de Jair Bolsonaro detonou uma reação inédita tanto no STF, quanto no Congresso e no Palácio do Planalto.
No Supremo, Moraes viu-se, pela primeira vez, isolado entre seus pares. No Congresso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foram emparedados pela oposição ao governo Lula, que agora passou a ter uma agenda própria.
E, por fim, o Palácio de Planalto viu-se sitiado por imposições da agenda do governo Donald Trump, que promete novas sanções ao Brasil após o endurecimento das cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Essa é uma conjuntura inédita, diz Wilson Lima em "Bolsonaro preso, e agora?", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Na matéria "Socorro a alvos do tarifaço", Guilherme Resck mostra como as frentes parlamentares e entidades se mobilizaram em busca de ajuda do governo a setores com produtos sobretaxados pelo governo Trump.
Embora o governo americano tenha deixado cerca de 700 itens de fora do tarifaço, produtos de vários setores relevantes no Brasil permaneceram como alvos da medida.
Em "Fome persistente", João Pedro Farah revela como narrativas omitem interceptações do Hamas a ajuda humanitária destinada a civis em Gaza.
A despeito das narrativas de Israel ou dos palestinos, as imagens que circulam nas redes sociais com crianças e famílias desesperadas por comida na Faixa de Gaza evidenciam a existência de uma crise humanitária de grandes proporções.
Colunistas
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Nesta edição, escrevem Dennys Xavier (Do que Bolsonaro é feito?), Leonardo Barreto (O que pode colocar água na fervura da crise?), Jerônimo Teixeira (O país é uma palhaçada), Josias Teófilo (O que falta na Sala São Paulo), Gustavo Nogy (Todo escritor já nasce obsoleto) e Orlando Tosetto Júnior (As sanções de Sansão).
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