Crusoé nº 377: Esticando a corda
Bolsonaristas e petistas intensificam disputas, mas podem ser abandonados pelo Centrão. E mais: Congresso abaixo do radar e a soberba de Lula

De olho em uma eventual candidatura presidencial no ano que vem, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) adotou, em definitivo, o "all in" em sua investida internacional para tentar livrar o pai – Jair – das garras do Supremo Tribunal Federal (STF). Até agora, porém, Eduardo coleciona mais derrotas que vitórias.
Ao longo desta semana ele passou a sabotar iniciativas parlamentares que tentam minimizar o estrago comercial causado por ele.
Do outro lado, os petistas observam cada passo de Eduardo Bolsonaro, também de olho em 2026.
Lula disse com todas as letras na semana passada que seria candidato no ano que vem para não entregar o país “àquele bando de maluco”, em referência ao grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os petistas sabem que cada passo errático de Eduardo ajudará Lula a recuperar sua popularidade.
O presidente também já demonstrou que, se for necessário, vai intensificar os ataques ao governo Donald Trump para melhorar sua aprovação junto ao eleitorado — movimento que pode, por consequência, maximizar rusgas com a Casa Branca.
Enquanto isso, o Centrão apenas observa. Sabe que Jair Bolsonaro é carta fora do baralho em 2026 e tem pressionado as alas mais radicais do PL a abandonar de vez o ex-presidente da República, em nome de uma candidatura menos radical como a de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O povo, que será o mais impactado por esse pandemônio político protagonizado por petistas e bolsonaristas, fica à margem dos objetivos egoístas de ambos os lados, dizem Duda Teixeira, Guilherme Resck e Wilson Lima em "Esticando a corda", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Colunistas
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Nesta edição, escrevem Rodolfo Borges (Congresso abaixo do radar e Os cobradores), Márcio Coimbra (O preço da soberba), Jerônimo Teixeira (A pátria dispensa traidores – e defensores), Orlando Tosetto Júnior (Distopia em Brasília), Gustavo Nogy (Notas para uma indefinição ideológica), Dennys Xavier (Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei) e Josias Teófilo (Conversões em massa).
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