Crusoé n° 389: O bolsonarismo encolheu
Movimento em torno do ex-presidente já não determina os rumos da política. E mais: Orçamento malandro

O bolsonarismo surgiu na eleição de 2018 em torno da figura do então candidato Jair Bolsonaro, que prometia combater a corrupção e mandar o PT para a “lata do lixo da história”.
Com um discurso contra o sistema, Jair Bolsonaro arrebanhou grupos variados, como caminhoneiros, liberais, evangélicos, produtores rurais, militares, conservadores e defensores da Lava Jato.
Mas, mesmo com a posse de Bolsonaro no início de 2019, o movimento nunca conseguiu se estabelecer institucionalmente. A tentativa de criar um partido não deu certo, e ao final foi preciso recorrer a uma legenda do Centrão, o PL, Partido Liberal.
Ao longo dos anos, as trapalhadas dos filhos de Jair Bolsonaro, brigas internas que afastaram aliados, os erros na pandemia de Covid, a ofensiva contra a operação Lava Jato, a inelegibilidade decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a condenação na trama golpista pelo Supremo Tribunal Federal (STF) reduziram as forças do bolsonarismo.
Hoje, o bolsonarismo se mantém como uma força eleitoral relevante, capaz de emplacar candidatos em várias regiões do país. Também agita as redes sociais e consegue mobilizar pessoas para manifestações nas ruas.
Mas sua capacidade de determinar os rumos da política nacional — ou seja, de exercer poder — é apenas uma fração do que foi no passado, dizem Duda Teixeira e Wilson Lima em "O bolsonarismo encolheu", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Orçamento malandro
Na matéria "Orçamento malandro", Guilherme Resck mostra que o Orçamento da União de 2026, proposto pelo governo Lula (PT) já com fragilidades, torna-se ainda menos crível: não haverá arrecadação para tantos gastos.
O projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 tem uma série de incertezas, pois é dependente de decisões que o Congresso ainda não tomou ou já optou por não tomar, como manter a Medida Provisória, e traz parâmetros macroeconômicos muito otimistas.
Colunistas
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Nesta edição, escrevem Leonardo Barreto (Falar de Bolsonaro ajuda Lula), Alexandre Borges (França partida), Márcio Coimbra (O novo eixo do autoritarismo global), Wilson Pedroso (Virada no Lulômetro), Dennys Xavier (Sob o céu da Hélade), Gustavo Nogy (O quanto esconde ou revela uma conjunção adversativa?), Roberto Ellery (O país das gambiarras) e Rodolfo Borges (Errando, rápido e devagar).
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