Boric implica Maduro em assassinato de opositor venezuelano no Chile
"Ditaduras e líderes autoritários cruzam fronteiras para impor o medo quando acreditam que podem fazê-lo impunemente", afirmou o presidente chileno

O presidente chileno, Gabriel Boric (foto), implicou nesta quarta-feira, 15, o regime do ditador Nicolás Maduro pelo assassinato de Ronald Ojeda, ex-militar venezuelano que estava exilado no Chile.
"Há lições que creio que não devemos esquecer. As ditaduras e os líderes autoritários cruzam fronteiras para impor o medo quando acreditam que podem fazê-lo impunemente. Sem ir mais longe, no Chile, temos o caso do assassinato de um ex-militar venezuelano, em que um dos suspeitos de ter perpetrado o assassinato é o próprio regime do ditador Nicolás Maduro, que roubou as eleições em sua pátria", disse o líder chileno durante evento em Roma.
"Então, menciono isto aqui porque é importante dizer, da esquerda, que não podemos perder de vista que os excessos autoritários podem ser a ordem do dia em qualquer lugar e que a defesa da democracia deve ser feita sem dois pesos e duas medidas, que a defesa dos direitos humanos é sempre, porque os direitos humanos são um avanço civilizatório e não são patrimônio de um setor político em particular", acrescentou.
"Não é questão de ideologia"
Para o presidente eleito da Venezuela, Edmundo González, Boric evidencia que o "regime venezuelano não é uma questão de ideologia".
"O presidente Gabriel Boric, falando da esquerda democrática, deixa claro que o regime venezuelano não é uma questão de ideologia; é uma questão de valores e respeito à vida humana.
Pela primeira vez, Boric aponta diretamente o dedo para o regime venezuelano pelo assassinato do tenente Ronald Ojeda no Chile. Conhecendo sua seriedade e senso de Estado, não tenho dúvidas de que suas palavras são apoiadas por fatos comprovados.
Vale lembrar que o Chile já levou esse crime ao Tribunal Penal Internacional, um passo que confirma que a comunidade internacional reconhece o caráter transnacional de um regime que persegue, intimida e elimina aqueles que pensam diferente."
O caso Ojeda
Ronald Ojeda foi sequestrado em 21 de fevereiro de 2024, em Santiago, por indivíduos com sotaque caribenho disfarçados de policiais.
Os restos mortais do militar foram encontrados dez dias depois em uma cidade nos arredores da capital.
Eles estavam em uma mala enterrada sob uma laje de cimento.
O Ministério Público chileno reiterou no início de outubro haver "provas claras" que vinculam o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, ao crime.
Cabello é segundo em comando no regime de Nicolás Maduro.
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Comentários (1)
F-35- Hellfire
2025-10-15 14:01:41Ao lado de Putin e dos ayatolahs iranianos, Maduro (amigão de Lula) pensa que pode dispor das vidas de opositores. Cabe à humanidade provar que não, que eles são os maus, assassinos covardes e perversos que serão punidos!