Bolsonaro não tem pressa
A preocupação mais imediata de Jair Bolsonaro é conseguir alguma lei no Congresso que alivie a sua situação, já que a possibilidade de concorrer no ano que vem é quase nula

Com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (foto) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, aumentaram as especulações sobre as movimentações na direita, pensando nas eleições presidenciais do ano que vem.
Ciro Nogueira, do PP, tem dito que já teria a benção de Bolsonaro para ser o vice do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em uma chapa presidencial.
Articulações para vice em uma possível chapa de Tarcísio de Freitas também poderiam incluir Michelle Bolsonaro e Flávio Bolsonaro.
Uma possível entrada de Tarcísio no PL, partido de Bolsonaro, estaria no radar.
Para compensar o Republicanos, atual sigla de Tarcísio, fala-se na possibilidade de seu vice, Felicio Ramuth, mudar-se do PSD para o Republicanos.
Apesar dos boatos nos bastidores, nada de concreto aconteceu.
E há uma razão para isso: o tempo de Jair Bolsonaro é outro.
Prioridade
Um planejamento cuidadoso agora ajudaria a direita a ter um candidato competitivo no ano que vem, articulando em torno de uma candidatura única contra o presidente Lula.
Mas essa não é a prioridade para Jair Bolsonaro.
O que move o ex-presidente é a sua própria situação, ou de sua família.
A preocupação mais imediata de Jair Bolsonaro é conseguir alguma lei no Congresso que alivie a sua situação, já que a possibilidade de concorrer no ano que vem é quase nula.
Bolsonaro já estava inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando foi condenado pela Primeira Turma do STF.
Agora, ele também passou a ser enquadrado pela Lei da Ficha Limpa, o que torna qualquer esforço para conseguir sua candidatura infrutífero.
O ex-presidente, então, deve usar a autoridade que ainda lhe resta para pressionar os parlamentares a aprovarem algum tipo de anistia.
Depois que ele indicar um nome para concorrer à Presidência, ele perderá muito dessa autoridade, uma vez que os políticos tenderão a se aproximar do seu indicado.
Bolsonaro, assim, tem até 4 de abril do ano que vem, a data de desimcompatibilização, para indicar um nome para concorrer na eleição.
Antes disso, ele não ganha nada em antecipar movimentos.
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